Ari Riboldi*
Ler é sempre uma grande aventura, ao alcance em qualquer momento e lugar. No silêncio da insônia noturna, na viagem de ônibus para o trabalho, no banco da praça, na sombra das árvores, no aconchego do lar, no recanto da biblioteca, à espera num consultório. Ler por puro prazer, para aprender mais, para saber – no sentido original, do latim, “sapere”, sentir o sabor. Sim, ler para sentir o sabor da cultura, conhecer o mundo, viajar pelo tempo e pelo espaço. Ler para dominar o texto – do latim “textum”, tecido. E de texto em texto, apropriar-se do grande mosaico do contexto, ou seja, a realidade, o mundo.
Ler é um verbo com etimologia instigante. No latim vulgar, “legere” significava escolher grãos de um cereal. Atividade do homem da terra, do agricultor. Mais tarde, ainda no latim, passou a ter o atual sentido de fazer a leitura. Afinal, a leitura é sempre uma colheita de letras feita com os olhos. Quem lê torna-se inteligente. Também do latim, “inter”, entre, e “legere”, ler, o inteligente vai além das letras, além do literal. Capta o que está subjacente, nas entrelinhas.
A leitura amplia o vocabulário. Mostra a propriedade e o correto emprego de cada termo. Expande as referências e as formas de comunicação. Ajuda a elaborar o raciocínio de forma lógica. Mostra o emprego da coordenação e da subordinação, a mescla das mesmas, com objetividade, clareza, na soma de ideias, em argumentações contrastantes, em causa e efeito. Enfim, a diversidade de estilos e de formas, na riqueza da linguagem.
A linguagem, o mais poderoso meio de comunicação, possui múltiplas finalidades. Serve como unidade de uma nação, aproxima o ser humano de seus iguais, na família, no trabalho, no meio social. Pode dar ordens, veicular promessas, súplicas, bendizer e maldizer. Ajuda a pensar, a acalentar sonhos. É a multiplicidade de textos com os mais variados fins: jornal, propaganda, dicionários, manuais, didáticos, poesia, crônica, conto, romance. Nos textos, a vida como ela é e a imitação da vida.
Os livros levam ao conhecimento de novas culturas, o que permite entender melhor a realidade, desenvolver uma visão crítica do mundo. Aumenta a capacidade de conviver com o diferente, ser mais tolerante, aceitar a opinião divergente. E, sobremaneira, contribui para aperfeiçoar a fala e a escrita, a linguagem como maior patrimônio individual e profissional. Por isso tudo e muito mais, é bom ler às pampas, às carradas, devorar livros, por prazer, por terapia. Como forma de buscar o conhecimento, ampliar os horizontes, aperfeiçoar-se, libertar-se da ignorância que limita e subjuga. Viva os livros! Emocionam, estimulam a criatividade, apontam caminhos, mudam trajetórias. São verdadeiros amigos de todas as horas.
*Professor e escritor
(ZH 09/11/2010)
Ler é sempre uma grande aventura, ao alcance em qualquer momento e lugar. No silêncio da insônia noturna, na viagem de ônibus para o trabalho, no banco da praça, na sombra das árvores, no aconchego do lar, no recanto da biblioteca, à espera num consultório. Ler por puro prazer, para aprender mais, para saber – no sentido original, do latim, “sapere”, sentir o sabor. Sim, ler para sentir o sabor da cultura, conhecer o mundo, viajar pelo tempo e pelo espaço. Ler para dominar o texto – do latim “textum”, tecido. E de texto em texto, apropriar-se do grande mosaico do contexto, ou seja, a realidade, o mundo.
Ler é um verbo com etimologia instigante. No latim vulgar, “legere” significava escolher grãos de um cereal. Atividade do homem da terra, do agricultor. Mais tarde, ainda no latim, passou a ter o atual sentido de fazer a leitura. Afinal, a leitura é sempre uma colheita de letras feita com os olhos. Quem lê torna-se inteligente. Também do latim, “inter”, entre, e “legere”, ler, o inteligente vai além das letras, além do literal. Capta o que está subjacente, nas entrelinhas.
A leitura amplia o vocabulário. Mostra a propriedade e o correto emprego de cada termo. Expande as referências e as formas de comunicação. Ajuda a elaborar o raciocínio de forma lógica. Mostra o emprego da coordenação e da subordinação, a mescla das mesmas, com objetividade, clareza, na soma de ideias, em argumentações contrastantes, em causa e efeito. Enfim, a diversidade de estilos e de formas, na riqueza da linguagem.
A linguagem, o mais poderoso meio de comunicação, possui múltiplas finalidades. Serve como unidade de uma nação, aproxima o ser humano de seus iguais, na família, no trabalho, no meio social. Pode dar ordens, veicular promessas, súplicas, bendizer e maldizer. Ajuda a pensar, a acalentar sonhos. É a multiplicidade de textos com os mais variados fins: jornal, propaganda, dicionários, manuais, didáticos, poesia, crônica, conto, romance. Nos textos, a vida como ela é e a imitação da vida.
Os livros levam ao conhecimento de novas culturas, o que permite entender melhor a realidade, desenvolver uma visão crítica do mundo. Aumenta a capacidade de conviver com o diferente, ser mais tolerante, aceitar a opinião divergente. E, sobremaneira, contribui para aperfeiçoar a fala e a escrita, a linguagem como maior patrimônio individual e profissional. Por isso tudo e muito mais, é bom ler às pampas, às carradas, devorar livros, por prazer, por terapia. Como forma de buscar o conhecimento, ampliar os horizontes, aperfeiçoar-se, libertar-se da ignorância que limita e subjuga. Viva os livros! Emocionam, estimulam a criatividade, apontam caminhos, mudam trajetórias. São verdadeiros amigos de todas as horas.
*Professor e escritor
(ZH 09/11/2010)
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